É impossível não deixar de perceber a revolução pela qual passa a acessibilidade virtual em nosso país. Com o advento das redes Wi-Fi e da tecnologia de terceira geração (3G), tecnicamente conhecida como WCDMA, tivemos a oportunidade de conhecer um novo padrão de mobilidade. Independente da operadora contratada pelo usuário, a possibilidade de se acessar internet em banda larga a partir de lugares diversos passou a ser uma realidade. Uma despedida aos planos de acesso à internet domésticos baseados em redes com base em cabos que obrigam o cliente a se conectar à web por meio de um lugar fixo.
Entretanto, já despontam no horizonte alternativas que prometem abranger ainda mais a rede wireless nos centros urbanos. A primeira delas diz respeito a uma tecnologia semelhante ao 3G, a WiMax. Diferente do que acontece com as atuais redes Wi-Fi, que distribuem ondas por uma casa, empresa ou uma pequena área na vizinhança da antena, o WiMax promete abranger regiões inteiras para cada antena, que chegam ao raio de 500m a 1Km em regiões muito densas do ponto de vista populacional, com presença de muitos obstáculos físicos, como prédios e outras construções, ou até 4Km em cidades menos populosas.
Entre as principais diferenças entre as tecnologias 3G e WiMax, temos que a primeira opera em frequências na faixa de 1,9MHz/2,1MHz e pode atingir taxa de transferência de dados na casa dos 7mbps, enquanto que a concorrente possuem frequência de espectro na faixa de 2,5GHz (como as praticadas nos Estados Unidos e na Ásia) ou de 3,5GHz (como encontradas na Europa e América Latina) e podem atingir taxas de transferencia de dados na casa dos 70Mbps. Entretanto, falta ainda uma regulamentação da tecnologia pela Anatel, já que ela ainda é considerada por aqui como rede fixa associada a uma única antena mais próxima e com velocidades bem menores as prometidas pela tecnologia.
Mais próxima de uma regulamentação definitiva, está a rede PLC – Power Line Communications ou simplesmente Internet sob rede elétrica é uma tecnologia que se baseia justamente na transmissão de dados e voz através da rede de energia elátrica. Com regulamentação prevista pela Anatel para sair até o final de março, a PLC apresenta algumas vantagens e desvantagens.
Entre as vantagens do PLC estão o baixo custo de instalação por utilizar uma instalação já existente, que independente do país tende a ser a mais abrangente, atingindo a marca de 95% da população mundial. A taxa de transferência de dados é outro ponto importante e está estimada na casa dos 40mbps, operando em frequências que variam entre 1,7MHz e 30MHz. Além disso, a criptografia empregada no sinal através de um algortimo DES de 56 bits promete acabar com o uso de sinal de internet alheio como acontece nas redes Wi-Fi.
Como desvantagens da internet sob a rede elétrica, estão os fatos de que experiências com a tecnologia confirmaram perda de sinal por corrompimento por longas distâncias, além de sofrer interferências por outros equipamentos eletrônicos e sinais de rádios ou ecos causados por emendas, “T”s, filtros de linhas, transformadores e o ligamento/desligamento de produtos eletrônicos.
Entretanto, apesar dos pontos fracos e fortes dessas novas formas de acesso, não se pode negar que elas servirão como uma alternativa a mais para o consumidor optar no momento de escolher sua forma de conexão à grande rede, enquanto o mercado se prepara para uma nova guerra entre os provedores dessas tecnologias.
Por Janio N. Lima
