Mudando de paradigmas
Analisando a evolução do desenvolvimento de aplicativos dos sistemas operacionais Windows e Linux conforme visto na parte I desse artigo, pudemos perceber claramente como a forma de se pensar na programação (principalmente na etapa de implementação) do produto final varia de acordo com o S.O que utilizaremos como padrão para o nosso sistema. Por um lado temos o Windows e seus programas enormes e “auto-sustentáveis”, mas com IDEs que incrementam a produtividade dos programadores através de ferramentas que prezam pela facilidade de uso e grande quantidade de recursos e são financiadas por grandes empresas de software, enquanto do lado oposto temos o Linux, suas aplicações rápidas e leves, desenvolvimento consciente e independência de fornecedores e recursos necessários para sua execução supridas pelo sistema.
Tomando por experiência própria, uma das maiores vantagens encontradas em IDEs do sistema Windows é, sem dúvida, a usabilidade e quantidade de recursos disponíveis. Interfaces intuitivas e fáceis de configurar e uma infinidade de componentes que necessitam de pouca coisa além de arrastar, soltar e modificar alguns parâmetros para funcionar. Além disso, programas como o Delphi e o Visual Studio fornecem a possibilidade de se construir uma aplicação desde a etapa de modelagem até a distribuição, sem recorrer a outros recursos.
No Linux, por muito tempo predominava-se a adoção de uma diversidade muito maior de linguagens de programação, interpretadores e compiladores, estes muitas vezes embutidos dentro das próprias distribuições do S.O e poupando o usuário do tempo necessário para a busca do mesmo. Bastava (ou basta, considerando que esse cenário ainda é válido) o usuário iniciar qualquer editor de texto e descrever o código do programa na linguagem escolhida (C/C++, Perl, Java, PHP, Python, entre outros) e executar o interpretador/compilador através do Shell.
Entretanto, esse quadro mudou com o advento de ferramentas como o Kylix, um produto da Borland voltada para os usuários de Linux que também trabalhava com a linguagem Object Pascal como seu irmão para o Windows; Anjuta e o CMake, para desenvolvimento em C/C++; o KDevelop, ótima IDE gráfica baseada nas bibliotecas do KDE e Qt e que possibilita o desenvolvimento para uma infinidade de linguagens que variam do C/C++ (padrão do software) ao Java, passando pelo PHP e Python. Mais informações, podem ser encontradas no website do projeto.
Sem falar das famosas IDEs para o desenvolvimento Java como o NET Beans, distribuído e mantido pela própria Sun e o Eclipse, desenvolvido a princípio pela IBM e que mais tarde tornou-se open source onde apesar de ganhar notoriedade pelas ferramentas e recursos para desenvolvimento em Java, pode ser usada para o desenvolvimento em outras linguagem, desde que extensões compatíveis sejam instaladas. Ambas possuem, entretanto, a característica de serem modulares e adequarem-se as necessidades do usuário.
Se você ficou interessado em iniciar a programar em Linux, não perca o próximo post da série com uma lista de ferramentas disponíveis para o S.O tanto nas etapas de implementação de código, quanto em modelagem de sistemas e distribuição e seus similares no ambiente Windows.
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